quarta-feira, 6 de abril de 2011

«Universidade contra centro interpretativo no Botânico»

A Universidade de Lisboa (UL) não concorda com a construção do centro interpretativo do Jardim Botânico, equipamento que está previsto no Plano de Pormenor do Parque Mayer. No parecer que fez chegar à Câmara de Lisboa, aquela instituição defende ainda a criação de “um fundo de compensação”, para que os novos moradores da zona contribuam para a conservação do jardim.

Nesse documento, o grupo de professores e investigadores mandatado pelo reitor da UL para acompanhar o plano de pormenor reclama também um estudo hidrogeológico, antes de qualquer intervenção. Quanto ao centro interpretativo, um edifício de quatro pisos que deveria nascer na Rua do Salitre, são várias as críticas: “Não só contraria o princípio da não impermeabilização do solo, como tem consequências sobre as raízes das árvores limítrofes.”

A UL considera que o regulamento do Plano de Pormenor do Parque Mayer “é insuficiente” na protecção do Jardim Botânico, não havendo mecanismos que acautelem este monumento classificado do ponto de vista do património cultural. Também o reitor, António Sampaio da Nóvoa, numa carta dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa, diz que o plano deve “assinalar a classificação do Jardim Botânico como monumento nacional”.

O reitor sublinha ainda que é preciso um “programa de financiamento associado ao programa de execução do plano”. Neste domínio, o grupo de trabalho sugere “um fundo de compensação”, que permita canalizar para a manutenção e conservação do Jardim Botânico as mais-valias geradas pelas novas edificações previstas no plano. Isto por se assumir que boa parte delas se deve à proximidade do Jardim Botânico.

Em declarações anteriores ao PÚBLICO o autor do Plano de Pormenor do Parque Mayer disse estar disposto a alterar algumas opções do projecto, se se provasse que eram prejudiciais para aquele jardim. “Não fazemos finca-pé nele”, disse Manuel Aires Mateus, referindo-se ao centro interpretativo agora contestado pela UL

in Público, 6 de Abril de 2011

Nota: Esta peça de jornalismo precisa de um esclarecimento. Naturalmente que o JB precisa de um Centro Interpretativo. A questão é onde implantar esse equipamento. Tal como a UL, também a LAJB sempre foi contra a destruição do Viveiro para implantação de um edifício de 4 pisos onde se incluiria o Centro Interpretativo. O título deste artigo do jornal Público não é claro e induz até em erro.

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