sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Jardim Botânico seleccionado para o Observatório do Fundo Mundial dos Monumentos 2012

Associação internacional sem fins lucrativos, o World Monuments Fund (WMF) divulga, com uma periodicidade bienal, uma lista que integra monumentos e sítios espalhados pelo mundo que são considerados relevantes para a herança cultural da humanidade pelo significado histórico, artístico e arquitectónico associado e cuja preservação se encontra em perigo. A iniciativa pretende alertar e contribuir para que as comunidades e autoridades locais assumam um papel activo na salvaguarda do seu património cultural, promovendo simultaneamente a angariação de fundos para a causa.

O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa foi seleccionado por um painel de peritos mundiais, incluindo representantes da UNESCO e do ICOMOS, que tiverem que ponderar entre várias candidaturas internacionais. A divulgação dos resultados decorreu no passado dia 5 de Outubro, em Nova Iorque, e da lista constam 67 monumentos e locais espalhados por 41 países e territórios.

Classificado como Monumento Nacional, o Jardim Botânico de Lisboa foi inaugurado em 1878 para servir o ensino da Botânica da Faculdade de Ciências. Reúne, em 4.2 hectares, espécies em perigo assim como importantes colecções, para além de desempenhar um papel fundamental na amenização do clima da cidade.

De acordo com a Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB), organização não-governamental integrada pelo GECoRPA e responsável pela candidatura à WMF, a polémica em torno do maior jardim do séc. XIX da cidade está relacionada não só com financiamento insuficiente que se reflecte na falta de manutenção e vigilância (apontada como estando na origem do incêndio que ocorreu recentemente), mas também com o Plano de Pormenor do Parque Mayer que propõe a utilização de terreno em plena zona de protecção do monumento. A Plataforma de defesa do Jardim Botânico de Lisboa exige a suspensão da actual versão do Plano de Pormenor e a sua substituição por uma solução mais consensual, menos intrusiva para o Jardim e para a cidade, acusando ainda a Câmara Municipal de Lisboa de se demitir de realizar uma reflexão mais conceptual e de fundo como era pedido pelas treze organizações que integram a LAJB. in Revista do GECORPA 10/6/2011

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